quarta-feira, 15 de outubro de 2014
A força do coração
foto tirada em Davao, Flipinas, jurante a jornada
Enquanto volto para o Brasil,
após 35 dias fora e de tantos acontecimentos internos e externos que mexeram
comigo, relembro as reflexões que compartilhei logo que parti. Naquele momento,
a pergunta que emergiu em mim dizia respeito a como criar estruturas mais
fortes e poderosas para permitir que a consciência se expressasse de forma mais
vigorosa e generosa em mim. E percebo que estou retornando não com uma resposta
final, mas com uma vasta colheita de percepções que sinto vontade de
compartilhar. Algumas colheitas já estão em mim, outras estou começando a regar,
e outras, ainda, quero plantar no momento oportuno. A mais importante, agora, é
a realização, num outro nível de qualidade, muito mais profundo, da força do
meu coração.
Por diferentes motivos, durante
minha vida, aprendi a trabalhar com, mas ainda assim temer, minha
vulnerabilidade. Os pontos fracos da minha personalidade e da minha psique com
as quais eu não consigo lidar tendem a se defender do medo da exposição, de
forma pouco sustentável, das seguintes formas:
1. Prazer
compulsivo: associando prazer a algum pensamento ou ação compulsiva, eu
consigo abafar algum aspecto interno com o qual não consigo lidar;
2. Superstição:
ritualizando algum tipo de comportamento ou pensamento, e o associando a um
resultado que quero alcançar ou abafar, eu evito o medo de que o que me assusta
pareça que vai de fato acontecer;
3. Atitude
contrafóbica: exagerando e expondo o meu medo, de forma catártica, abrindo
as porteiras de meus contornos e limites saudáveis para pessoas que não estão
preparadas para contribuir com meus processos internos e de vida, eu crio uma
relação fantasiosa e condicional de que serei compensado, pela minha coragem,
abertura e entrega, com a cura ou a proteção contra aquilo que me assusta;
4. Complexo
de inferioridade: abrindo mão de perceber e sustentar o que sinto e
acredito num certo contexto, para concordar com alguma autoridade interna ou
externa que, na minha fantasia, sabe o que é melhor para mim e pode me punir
com a exposição ou destruição da minha parte frágil, caso eu não aja
“corretamente” (de acordo com o que “correto” se apresente para esse tirano
interno ou externamente projetado);
5. Submissão:
indo mais fundo no complexo de inferioridade, quando eu simplesmente atribuo
prazer ao abuso do meu tirano interno ou externo, como forma de me render a ele,
achando felicidade, ainda que pequena e ilusória, naquilo que me causa dor e
medo, para poder ter o alívio – ainda que momentâneo – de desistir e ceder ao
cansaço da luta constante.
6. Arrogância:
usando qualquer ilusão de poder que eu sinto que tenho, seja no campo
financeiro, intelectual, de controle emocional ou de percepção espiritual, para
tentar ter a sensação (e, às vezes conseguir) de que as pessoas se curvam a
meus pés e fazem o que quero – em especial, que elas me servem em minhas
necessidades não atendidas e fragilidades, quando eu preciso – para, assim, ter
o alívio fugaz de continuar protegendo minha vulnerabilidade e estar no
controle.
Essas estratégias, originalmente,
não foram desenvolvidas com má intenção, mas como a defesa que eu tinha diante
de situações que me pareceram mais assustadoras ou abusadoras do que minha
capacidade para lidar com elas. O resultado imediato foi – e continua sendo –
alívio momentâneo, mas o resultado em médio e longo prazo, pouco sustentável, é
uma frustração imensa por não conseguir dar saltos maiores no meu
desenvolvimento interno e externo, por não conseguir sustentar coisas que sei
que são poderosas para mim, mas que poderiam, para meu inconsciente,
destruir-me ou à minha imagem. Não me refiro aqui a saltos maiores que vêm do
ego superexigente e que não se contenta com o que tem, mas dos saltos
verdadeiros que o coração quer dar naturalmente, que já está, de fato, tentando
dar, mas que não consegue completar, gerando a sensação de energia reprimida e
potencial não utilizado.
Nada disso é muito dramático, na
verdade, pois graças a Deus eu tenho uma vida muito equilibrada e feliz, mas
como sinto que a consciência tenta se expandir sempre, trata-se de território
não explorado e que não pode ser evitado, caso eu queira continuar evoluindo na
minha autorealização e na minha capacidade de servir. E, também com a graça
Divina, nesta jornada eu recebi muitas peças do quebra-cabeça, tanto no sentido
do que preciso explorar mais quanto do como fazer essa exploração, e as peças,
agora, enquanto escrevo, começam a se juntar, e sinto que podem trazer, talvez,
insights para as jornadas de alguns que leem esse texto.
Alguns desses insights são:
1. Abrir
mão da gratificação pessoal em curto prazo: o medo da vulnerabilidade traz
um desejo de que as coisas tragam para mim um resultado positivo imediato, na
forma de prazer interno, de reconhecimento pessoal ou do impacto das minhas
ações. Quando o resultado não vem, existe uma sensação de fracasso e
frustração. Mas, na verdade, quando estou conectado com meu propósito, eu posso
sustentar posições, erros e experimentações pelo tempo que for necessário, sem
medo do caos, da desaprovação ou da emergência do meu lado sombrio, confiando
que o resultado das ações não está nas minhas mãos e que o sofrimento de agora,
quando pleno de significado, pode estar plantando uma felicidade ainda maior no
futuro. Embora eu já soubesse disso intelectualmente, ganhei novas percepções
profundas sobre esse aspecto e, principalmente, exercitei essa musculatura,
tornando-me mais forte para essa sustentação.
2. Preservar
minha energia e meus contornos: pelo medo de estar sozinho com minha
vulnerabilidade, uma parte minha evitava dizer não para qualquer troca social
ou relação interpessoal, com medo de desagradar o outro. Eu evitava me recolher
para ficar sozinho ou adotar uma postura de menos toque e troca corporal. A
desaprovação e a solidão eram sensações que potencializavam o terror de estar
com minha sombra e minhas fragilidades, e assim eu me mantinha constantemente
poroso ao outro, para me sentir protegido. Entretanto, à medida que eu me
relaciono de forma cada vez mais íntima com a Consciência Maior, na forma da
Entidade Mais Amada para mim, mais esse espaço interno fica confortável, e
consigo preservar momentos de silêncio e solitude, nutrindo-me, inclusive, da
minha vulnerabilidade. E à medida que percebo de forma mais clara que não sou
essencial para o outro, e que é o Amado Interno de cada um que trará o
preenchimento e os resultados desejados, eu consigo aceitar não ter que abrir
todos os meus poros para servir e me relacionar constantemente, como se o outro
fosse inevitavelmente se corromper, perder-se ou sofrer se eu não estiver
presente. Isso traz, junto, uma profunda segurança nas pessoas, na vida e em
nosso destino, e um profundo relaxamento, por só precisar dar conta daquilo que
é meu, daquilo que meu coração pede agora – e não mais.
3. Sustentar
a troca amorosa: como contraponto da percepção interior, ficou claro que a
estratégia oposta e complementar para evitar a dor da vulnerabilidade, é ficar
no conforto do meu espaço interno, num lugar em que o toque físico e a troca
são considerados invasivos, imaturos ou desnecessários. Como estar no próprio
espaço pode ser muito gostoso, como quando moramos sozinho e nos acostumamos a
ter tudo de nosso jeito, existe um lugar que se torna intolerante às trocas. Minha
percepção é que o prazer interno gerado pelo silêncio e pela solitude é, entre
outras coisas, um prazer narcísico, e como não desejamos sair do prazer, nos
protegemos do que pode ferir o espelho. Foi interessante, pois essa percepção
surgiu à medida que eu me via adotando o comportamento mais discreto que vivenciei
em alguns grupos e culturas com os quais tive contato, no Brasil e durante essa
viagem, e percebia a luz desse comportamento (que levou ao insight acima) e,
também, a sua sombra, que sinto que emerge quando ele deixa de ser uma escolha
e passa ser uma imposição interna ou cultural.
O que senti em
mim, e que também ajudou a clarear o que parcialmente me incomodava nesse
comportamento, é que, se por um lado, há uma sensação de sutileza e conforto em
estar no próprio espaço, pode existir também maior intolerância e julgamento ao
desconhecido que pode surgir da interação, fazendo com que exista um sabor
depreciativo, às vezes muito sutil e implícito, na relação com o que está fora.
Seja numa versão mais espiritual, que passa a julgar ou condenar, ainda que
muito sorrateiramente, o “mundano”, seja numa versão mais mundana, que expressa
irritações com os outros e com como as coisas são feitas pelos outros.
O mundo e outro
jamais serão capazes de dar contorno necessário para que possamos descansar
para sempre em nosso espaço interno, e isso gera muita frustração. Como
consequência, alguns de nós criam e se escondem em claustros pessoais (nossas
casas, nossas vidas íntimas impenetráveis, nossas práticas espirituais
solitárias, nossa vida social restrita) e coletivos (nossos clubes, comunidades
fechadas, entre outros). Lembrando que não necessariamente a escolha da
solitude ou de viver mais recluso venha desse lugar, mas, em alguns casos, esse
pode ser o fundamento basal desse tipo de escolha.
Mas, abrindo mão
desse conforto e do prazer que ele traz, para encarar as informações geradas
pela troca – espirituais, mundanas, dolorosas, prazerosas, não importa – como
bem vindas e como fonte de expansão do coração, a troca física e emocional
passa a ser também bem vinda, junto com toda a vulnerabilidade que ela causa. Ao
viver de forma mais plena essa dicotomia – da solitude e da troca amorosa –
percebi, junto com minha decisão de me preservar mais, a minha intenção clara
de sustentar o toque, o abraço e a conversa profunda e íntima sobre qualquer
tema, em qualquer contexto – tomando o cuidado, claro, de dialogar com culturas
que sejam diferentes, e não de invadi-las ou julgá-las. Não se trata de querer
mudar o outro, mas de sustentar o que é importante para mim.
4. Usar
o poder para contribuir, e não para exigir: lembro-me de alguns momentos
durante minha estada num hotel nas Filipinas, já no final da viagem, cujo
objetivo era apenas relaxar e me divertir. Por isso, dei-me o presente de
escolher um lugar onde eu pudesse ter todos os confortos que eu queria. E assim
que o lugar começou a frustrar minhas expectativas: o telefone quebrado, a
internet que não funcionava, a comida que não veio do jeito que pedi, eu logo
me vi na posição do cliente exigente, duro e reclamão. Porque, claro, eu estava
pagando, então eu tinha direito. E esse lugar me mostrou de forma muito
pungente como o poder pode despertar meu lado tirano, que deseja que todos
sirvam minhas necessidades e não exponham minhas fragilidades.
Ficou claro
que um lado meu topava servir quando eu estava sendo pago ou fazendo trabalho
voluntário. Pois no trabalho voluntário há a compaixão, e no trabalho pago há o
compromisso com entregar o melhor para o cliente. Mas se eu estou pagando, quem
tem as regras do jogo sou eu. Que história é essa de me contrariar? Se eu estou
pagando, eu não tenho que ajudar ou ser bonzinho – eu tenho que ser ajudado. Os
outros têm de ser bons comigo. Hora da revanche! Eu não tenho que passar por
cima de alguns limites pessoais para servir os outros? Eu não tive que baixar
minha cabeça para atender necessidades dos outros? Pois agora é a vez dos
outros fazerem isso por mim!
E, dessa
percepção verdadeira e dolorosa, veio a realização clara de que, sim, eu estou
aqui para servir, em todo momento, em todo lugar. Mesmo quando isso me faz
sentir vulnerável. Mesmo quando estou pagando. Mesmo quando eu tenho poder.
Mesmo quando a bola está comigo. Não importa quão poderoso eu seja: eu não
estou aqui para abafar os erros e as fragilidades, e sim para jogar luz sobre
elas, para que possamos criar um mundo mais belo e feliz a cada segundo. E isso
implica sustentar a minha força amorosa como agende de transformação do mundo,
de sustentar essa força perante a vulnerabilidade minha e do mundo, e, também,
de atender cada vez mais minhas necessidades – mesmo quando estou servindo
voluntária ou remuneradamente – para que não haja nada a ser pago depois.
Nenhuma vingança oculta. Usar o poder para contribuir, e não para exigir. E foi
isso que fez com que, no final, eu conseguisse dar os feedbacks que precisava
de uma forma que criou conexão com os funcionários do hotel. Senti que saímos
com brilhos nos olhos de nossa breve, mas significativa, interação. E agora
quero mais disso.
5. Sustentar
e desenvolver minha força física e energética: já há algum tempo venho
falando, em diversos contextos, sobre sustentar o ponto basal de nossa
consciência em pontos mais sutis e expansivos, como o coração. Isso significa
buscar fazer com que, literalmente, cada pensamento e emoção sejam sentidos,
fisicamente, na altura do coração. Não se trata de reprimir ou negar os demais
sentimentos e pensamentos, mas de reconhecer que sempre estamos olhando as
coisas por algum filtro. Podemos aceitar nossa sombra, nosso ódio e nosso medo
a partir do filtro do amor, tanto quanto podemos receber o amor a partir do
filtro do ódio. Justamente, quanto mais sutil e expansivo o ponto basal, mais
dentro dele cabem todos os tipos de sentimentos e emoções. Os pontos basais
mais sutis não temem nada, e conseguem aceitar incondicionalmente e transmutar
todos os aspectos de nossa personalidade. Isso é o que eu já sabia. Agora,
percebi também a necessidade de desenvolver um tônus físico e energético para
sustentar esse ponto basal em mais situações, em especial em contextos mais
associados à energia masculina.
A luta pela
sobrevivência física, a guerra, a tirania, a repressão, a tortura física,
mental, emocional e espiritual, para dar alguns exemplos, fazem parte do drama
humano, em especial no aspecto do masculino desequilibrado e, em vez de fugir
dessas grandes fontes de vulnerabilidade, quero me sentir cada vez mais seguro
para abraça-las e contribuir para transmuta-las. E essa viagem me deu muitos
exemplos disso, pois tanto no Haiti, quanto nas Filipinas, entrei em contato
com pessoas e povos que precisam se readequar e escrever uma nova história a
partir de calamidades muito graves, como terremotos, tufões e ditaduras
violentas e sanguinárias. Impossível abraçar essas histórias e recriá-las de
forma positiva e empoderadora sem sustentar profundamente a força do coração.
E eu percebi que
se, por um lado, não quero desenvolver um complexo contrafóbico de mártir, de
me lançar em situações perigosas, por outro eu não quero viver como se eu fosse
apenas meu “eu individual”: eu sou o mundo todo. Negar ou se abster do que está
acontecendo no mundo é fechar os olhos não para o que está “acontecendo lá
fora”, mas para uma parte de mim. É deixar de me conhecer. E sinto que meu jeito
de me conhecer e me engajar com o que descubro não vem tanto pela leitura dos
jornais e pelo debate filosófico e macropolítico – ele vem, principalmente, por
interagir e cocriar com as diversas partes de mim mesmo – as diversas partes do
mundo. Para isso, preciso aumentar minha capacidade física e energética de ser,
lutar e empreender, a partir do coração. Até mesmo para lidar com coisas
menores, mas ainda assim significativas, no meu processo de lidar com minha
vulnerabilidade, como o medo de morrer sozinho numa viagem de avião ou de não
conseguir sustentar meu tônus como homem perante as mulheres e outros homens.
6. Abraçar
e expressar a minha sensualidade e a sensualidade da vida: como garoto que
cresceu com uma deficiência física, que tornava minha fala incompreensível e
minha aparência pouco atraente, cresci negando a sexualidade e a sensualidade
plena na minha vida, pois tocar nesses pontos me deixava extremamente
vulnerável. Aos poucos, fui curando a conexão e a expressão da sexualidade, mas
só nessa viagem percebi o quão profundamente eu negava minha sensualidade.
Sensualidade, aqui, entendida em seu aspecto amplo: a física, que gera
confiança para se embelezar, vestir-se, tatuar-se e se enfeitar para expressar
o prazer com o próprio corpo e com a própria aparência; a sexual, que gera empoderamento
e conforto com a sedução e a capacidade de ter prazer com as mulheres que
considero mais atraentes para mim, culminando na relação plenamente sensual com
minha esposa a partir de um lugar de atração plena, e não de gratidão por
alguém se sentir atraído por mim; a social, fazendo tudo que faço de forma
poética, inspiradora e prazerosa; e a espiritual, assumindo mais o aspecto Amado-Amante
na relação com Deus, descrito por tantos santos místicos, como São João da
Cruz, que em seu clássico “A Noite Escura da Alma” diz, para expressar sua
relação de amor com o Divino: “o meu amado beijou o meio seio”. É viver a vida
como se, com cada gesto – do trabalho que faço, à comida que como, ao amor que
compartilho com minha esposa – eu estivesse me preparando para a grande noite
de núpcias com meu Amor Maior. Como se cada sorriso fosse o perfume que coloco
para Ele. Cada ato de bondade, a melhor roupa. Cada momento de felicidade, o
banquete que preparo para nosso jantar.
7. Abraçar
o guerreiro que mora em mim: li uma vez no incrível livro “João de Ferro”
que, em algumas culturas, antes de usar a espada o homem precisa aprender a
dançar. Logo, junto com a percepção da necessidade de desenvolver minha força
física e energética e de abraçar e expressar a sensualidade, nasce a garra para
ser e viver o meu guerreiro. Um guerreiro forte, assertivo e luminoso, que não
tem medo de desagradar, que deixa suas crenças e posições claras, mas que não
faz isso com complexo de superioridade, imposição, ou julgando e reprimindo o
outro. Faz com o coração e o olhar limpos, com a certeza de estar construindo o
que é importante para si e para o outro, e aberto para se deixar tocar,
aprender e refazer suas certezas, a partir do que a vida traz. Antes, o medo
era de que meu guerreiro despertasse uma fúria (de Deus ou dos outros) que me
destruísse, e a estratégia, portanto, era ou negar e abrir mão desse guerreiro
ou expressá-lo de forma violenta. Agora, quero deixar ele se expressar e
aprender com ele, com como ele pode ser cada vez mais veículo de amor e luz,
mesmo que eu tropece um pouco até estar mais apropriado dele. Isso está me
fazendo com que, desde já, eu assuma com firmeza posições que, antes, eu titubeava
para afirmar.
Todos esses insights, juntos,
tornaram claro para mim o quanto meu movimento, agora, é de fazer o que faço,
assumindo a força do meu coração. Uma força que é muito poderosa, e também
muito amorosa. E que é essa força que vai potencializar o que já está aqui, o
que já estou fazendo, e que apenas estava precisando de mais espaço. Não para eu
poder ser maior, mas para poder ser pleno. Para poder cumprir o destino que me
colocou aqui, e dar vazão, por inteiro, ao desejo de iluminar meu espaço
interno e servir o mundo. Que venham os próximos passos da jornada!
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