segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Escuta os gritos
de Paris.
Os gritos de quem agoniza
no chão.
Escuta os tiros
como gritos
de quem atira
- e os escuta também.
Escuta o grito
aterrorizado
de um mundo
que anseia por se sentir
seguro.
Escuta os gritos
do outro mundo,
que comemora
o sangue,
e que grita por algo
também.
Escuta os gritos
que não se
ouvem,
das vítimas e algozes
em lugares que não se vê.
Sem a mídia
como megafone,
eles gritam baixo
- mas, ainda assim,
gritam também.
Escuta os gritos
Marianos,
Diamantinos,
de rios, peixes e pessoas,
e tantos outros seres.
Gritos que ficam
invisíveis
quando só escutamos
os gritos de Paris.
Mas escuta os gritos
de Paris também,
Pois escuta não se
escolhe
- só se amplia -
quando escolhemos
não "o nosso",
e sim
"o bem".
Escuta o grito de
raiva,
medo,
preguiça,
sonhos,
que vem de
Dentro.
Pois é ele quem
ressoa
com o grito de
alguém.
Escuta e acolhe
esse grito profundo,
que lá fora,
transformado,
ele grita
a compaixão
que não se cala,
não se curva,
nem se vinga,
mas grita,
com coragem
o silêncio pacífico
que abençoa
o mundo.
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O que ainda não sei chamar de meu,
SER Inspirador,
SER Sutil,
SER Verdade
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